Quando saiu da cadeia, Flora (Patrícia Pillar) prometeu que mostraria a todos que era inocente. E acrescentou: provaria que Donatela (Claudia Raia) era a verdadeira assassina de Marcelo (Deco Mansilha). Em outras palavras, ela seria a mocinha injustiçada, perseguida pela irmã de criação, a vilã da história. Não é bem assim...
Das promessas que fez, Flora só "esqueceu" de revelar uma: o projecto de se vingar dos Fontini. É isso mesmo. Ela não perdoa Irene (Glória Menezes) e Gonçalo (Mauro Mendonça) por a terem tratado como uma assassina. Quando todos estiverem convencidos de que a "bondosa" é capaz de perdoar seus algozes... Surpresa! Flora preparará um golpe para roubar Gonçalo.
Com Donatela presa, Flora "toma a vida" da rival. Ela, finalmente, conquista Lara e Gonçalo e passa a morar no rancho da família. A "injustiçada" assume uma postura arrogante. Deixa de lado o figurino simples e, enfim, começa a usar as roupas de marca que comprou.
Enquanto isso, Donatela penará - como toda mocinha de novela - até provar a sua inocência. De seu lado, apenas duas pessoas: Pedro e Bob, que logo concluirá que foi vítima de uma armação para ser separado da amada.

Quem viu Flora (Patrícia Pillar) desligando os aparelhos que mantinham Maíra (Juliana Paes) viva em A Favorita não teve dúvidas: há muito tempo não se vê uma vilã como essa na TV. Em menos de três meses de novela, ela já cometeu três assassinatos. Nem Adma (Cássia Kiss), que terminou Porto dos Milagres com cinco mortes nas costas, atingiu a média de um assassinato por mês. A tão odiada Odete Roitman (Beatriz Segal), então... A nojenta sequer matou alguém.
De qualquer forma, as atrocidades de Flora não se resumem aos crimes contra Marcelo (Flávio Tolezani), Maíra e Salvatore (Walmor Chagas). Ela quase provocou a morte da filha, Lara (Mariana Ximenes), mandou espancar o pai, Pedro (Genézio de Barros), destruiu a vida da ex-parceira, Donatela (Claudia Raia), e ainda tentará matar Dodi (Murilo Benício). “Flora é uma vilã diferente, extremamente dissimulada. Tanto é que mais parecia a mocinha da novela, com ar angelical”, diz Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia.
A ex-presidiária também se revela como uma vilã única por causa da forma em que foi apresentada. O telespectador que antes a admirava teve que passar a odiá-la. Um dos autores do Almanaque da televisão, Rixa aposta que Flora ainda supreenderá: “Eu apostava na inocência das duas, que poderiam terminar num chororô de reconciliação. Mas esperem novas viradas. A imaginação de um autor não tem limites.”

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